quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NOVOS OBJECTIVOS

Como Abi Feijó diz, a união faz a força, mas o facto é, a força sem vontade , torna-se impotente .
Após uma reflexão sobre o meetting em Montemor, que penso ter sido extremamente positivo, não pude ficar indiferente à falta de ambição à cerca de alguns dos temas debatidos .
Apelo ao Grupo 1 " financiamento Escalas de produção Visibilidade , que explore as seguintes questões :
Porque não se fala em planeamento de longas metragens em Portugal?

Será assim tão descabido este objectivo ? Se sim porquê?

Não temos profissionais para tal?
Não há apoios ?
Há demasiados interesses e picardias antigas entre os profissionais ?

Pois penso que existem, em Portugal, profissionais com capacidades para tal, penso também que a questão dos financiamentos poderá ser resolvida ( o ICA não é o única recurso para financiar os nosso projectos, existem uma série de novas marcas e empresas a quem podemos pedir patrocínios).
Quanto ás picardias, deixo a cada um dos presentes nas reuniões de Montemor, que tire as suas conclusões. Mas se esse for o problema, cabe à malta jovem, que se organize e com novas ideias de forma a resolver a questão.

Quero também apelar a todos os profissionais da animação que se mantenham unidos e com objectivos ambiciosos, porque se nós ,animadores, não acreditarmos e não nos levarmos a serio, ninguém o fará por nós.

Hugo Rosado DS-production.

8 comentários:

Eva Yébenes disse...

Boa tarde

Deixo aquí uma questões que acho de extrema importância, não há falta de profissionais em Portugal, de facto cada vez são mais, mas não podemos esquecer que não só animadores são precisos para fazerem filmes, são necessários bons animadores, montadores, etcs, são necessários produtores executivos formados, são necessários bons projectos, bons argumentos, boa preparação dos dossiers, incentivos, patrocínios e apoios privados e públicos, estratégias de marketing, contactos internacionais. Um bom argumento/guião de série ou longa precisa de mínimo 1 ano, fazer uma montagem financeira nos termos q indicas requer de 1 a 2 anos, isto porq são necessárias co-produções, e estes co-produtores precisam a sua vez de apoios estatais dos paises de origem deles, que também têm os seus calendários, é preciso de dinheiro para fazer bons pilotos e aceder a férias internacionais para no caso de haver interessados avançar com os projectos, em fim que a questão que colocas não é de tudo simples. Além de tudo isto é testar modelos de produção, organização das equipas, condições laborais para exigir às equipas cumprimento de horários para um cumprimento estricto dos tempos de produção, pois o não cumprimento dos prazos se trduz em descontrolo orçamental. Em fim que podia continuar a referir uma data de coisas. Agora, isto que aqui coloco não resta forças às produtoras para avançar com novas ideias, projectos e sonhos.

Atentamente
Eva Yébenes

Abi Feijó disse...

Eu gostaria muito que este blog fosse um local de pensamentos positivos e de procura de soluções.
Todos nós sabemos as dificuldades que temos encontrado no nosso caminho e a grande esperança vivida em Montemor foi precisamente esta: Temos agora uma dinâmica forte (não me lembro de ter havido uma mobilização tão grande) e uma ferramenta poderosa e democrática para começar a partir pedra no sentido de se encontrarem soluções concretas.
Mas, para mantermos vivo este espírito solidário e esta vontade de construir novos caminhos, precisamos de fazer um grande esforço de nos mantermos positivos, objectivos e construtivos, para o que uma boa dose de humildade e bom senso é fundamental.

Eva Yébenes disse...

Abí, o objectivo da minha resposta era exactamente esse, não me ficou claro ao ler o teu comentário se era para mim ou não, de facto acho q temos conseguido todos com muito esforço construir e concretizar sonhos, o q pretendo dizer, é q temos de nos esforçar em sermos ainda melhores, em todas as áreas, incluindo áreas q não são estrictamente da animação, como é a gestão ou o marketing, e aí é q na minha opinião conseguiremos fazer boas e vendáveis longas, mas requer tempo entre muitas outras coisas. Se não era para mim o teu comentário só dizer que os mais novos nesta profissão desconhecem muitos pormenores deste "negócio", e esta oportunidade de explicar questões no blogue pode ajudar a unirnos ainda mais.

Atentamente
Eva

Carina B. disse...

Creio q fazer longas metragens vendáveis é o desejo da maior parte dos profissionais de animação cá do país. Mas é como a Eva diz...

No entanto estou confiante que o nosso encontro em Montemor tenha sido o "catalizador" q irá, passo a passo, mudar a situação do cinema de animação em Portugal. :D
Não dá para construir algo sólido de um dia para o outro, né?...

De certeza q a questão das longas metragens irá ser bem ponderada e discutida, tal como as outras. :)

Zepe disse...

Em minha opinião e em resposta à Eva mantenho o que disse em Montemor:
Gostaria de poder dar a opurtunidade de visionamento, a todos, daquilo que vem sendo feito em termos de series e longas metragens de animação em Portugal.
O Festival Monstra, próximo encontro dos Caminhos, seria uma óptima opurtunidade para este visionamento, e seria esclarecedor para os que não conhecem, do que foi feito até hoje a este nível.
Ainda por cima este ano a Monstra é dedicada a Portugal....
A partir desse panorama poderiamos avaliar a industria que temos e seria possivel compreender o que é ou não possível fazer no futuro.

Como formador posso também acrescentar o que tenho verificado- existem numerosas lacunas em termos de formação em Animação em Portugal.
Talvez quem é mais entusiasta ou mais novo neste ramo de actividade não tenha um mapa claro das possibilidades do país.
Acredito que gradualmente é possivel chegar às longas, mas com certa moderação para já.
Deste modo pergunto-me se não seria preferível criar uma serie de propostas intermédias que permitissem às pequenas estruturas do sector evoluir numa base de qualidade: é o caso dos especiais para televisão ou de series que não sejam demasiadamente longas.

Para finalizar o financiamento actual do ICA, e ainda pior do FICA, não permite de modo algum preparar ou apoiar com seriedade longas metragens: é impensável fazer uma longa metragem de animação com os valores que foram atribuidos pelo ICA ( mesmo com o apoio da RTP), ou do FICA ( em que na maior parte dos casos os filmes de ficção estão a receber ainda menos que no ICA), quando deveria ser o contrário, já que estamos a falar de industria....

Zepe

animanostra disse...

como comentário ao post do Hugo Rosado DS-production, gostaria de dizer que considero que as questões das longas metragens dos financiamentos são sem dúvida um fértil tema de debate que espero ver desenvolvido nestes caminhos. Quanto à forma como a questão é colocada devo contrapor que entre o querer e o fazer, o mérito será sempre o de fazer.
No que se refere às picardias, remeto para o meu post - o meteorito.

Abi Feijó disse...

Numa tentativa falhada de simplificar o número de "posts" de forma a focar as discuções à volta dos temas específicos, coloquei um comentário de ordem geral onde não o devia ter colocado, criando assim este mal entendido.
Não foi minha inteção responder a ninguém em particular, nem pretendia ter segundos sentidos e muito menos criar este clima de tensão.
As minhas desculpas, vou tentar ser mais claro e objectivo de futuro.

Quanto à questão das Longas concordo que se parta da análise do que já foi feito para se começarem a perspectivar estratégias de futuro, mas como este não é o meu campo de interesse pessoal, deixarei a discussão dessa estratégia para vocês.

Pedro Alpiarça dos Santos disse...

Só para me referir ao "todos nós sabemos" do Abi e outros que se disseram em Montemor.
Realmente, quem já anda nisto à uns anos, deve saber o que é ter força de vontade e esbarrar, e às vezes até conseguir ultrapassar, as dificuldades que há no nosso país para levar os projectos avante; e compreendo até que seja aborrecido estar a referênciá-las, pois quere-se é discutir coisas novas.
Mas quem inicia agora actividade, agradece. Porque ajuda a compreender o enquadramento das novas ideias. Sempre que possível, eu pessoalmente, agradeço toda o enquadramento sintético que possa ser dado, como o que a Eva deu.

Quanto ao post em questão. Também gostava de perceber como é que se pretende consolidar a tal indústria de animação. O que vem em primeiro ou em conjunto? Formação de profissionais nas várias áreas necessárias? Gestores e Marketeers que tornem os produtos eficazes e rentáveis? Será a primeira série de 26x26 portuguesa que vai abrir essas portas? Será um média empresa de conteúdos de animação que consegue encaixar trabalhos para web, telemóveis, televisão e ainda levar coisas a festivais?
Enfim, para quem começa a pensar nestas coisas, tudo parece viável mas incerto.

Bom Ânimo